Por que tanta pressa se a vida não é uma competição?

Por Carol Portiolli

Escritora da News do Minas de Propósito

por Carol Portiolli | Escritora da News do Minas de Propósito

Na parede em frente à minha mesa de trabalho, tenho um postal que diz: comparação destrói personalidade. 

Escolhi deixá-lo em um local em que eu possa ler todos os dias para não esquecer que a nossa jornada, na vida corporativa ou no empreendedorismo, leva tempo.

As coisas não são imediatas como as redes sociais fazem parecer. 

Não é de um dia para o outro que nos tornamos especialistas em um nicho de mercado, conquistamos centenas de clientes ou nos tornamos referência no empreendedorismo feminino.

A jornada é longa e cheia de aprendizados.

Decidi falar sobre isso neste texto porque, em um evento que participei no fim de abril, a ministrante mostrou um caso de sucesso incrível de um cliente da agência em que ela trabalha.

No fim do curso, uma das alunas perguntou o tempo que a agência tinha levado para alcançar os resultados tão positivos. 

A resposta? 4 anos!

Isso me fez pensar sobre como a gente compara a nossa realidade com a das outras pessoas e como isso afeta a autoestima, a motivação em alcançar os objetivos e, acima de tudo, a nossa autenticidade.

Agimos como se tudo fosse uma grande corrida e que precisamos nos apressar para alcançar a linha de chegada, senão ficamos para trás.

Mas de que adianta medir a nossa vida com a régua dos outros se somos pessoas com realidades completamente diferentes?

Sei que muitas vezes nos sentimos pressionadas pelo mercado, clientes e concorrência. E aí fazemos as coisas com rapidez.

Mas a verdade é que a pressa é uma armadilha. Ela nos faz sentir que estamos sempre em movimento (na tão conhecida correria), mas na realidade ela nos mantém paralisadas em um ciclo de estresse e ansiedade. 

Até porque, quando nos concentramos apenas no resultado final e queremos tudo imediatamente, perdemos de vista o processo e o caminho que nos leva até lá. 

E é nesse caminho que estão as coisas belas da jornada, os encontros transformadores e as experiências que nos fazem descobrir como somos capazes.

Então fica aqui a minha reflexão: por que estamos tão obcecadas com o sucesso imediato e que se assemelha ao da “influenciadora guru coach” das redes sociais? 

Afinal, não há uma linha de chegada para a nossa felicidade e sucesso profissional. 

Cada processo é único – e acredito que há muitas coisas que podemos aprender e experienciar ao longo do caminho. 

Aliás, é muito comum no mundo do empreendedorismo (e do corporativo também) encontrar apenas os casos de sucesso. Mas os erros, por exemplo, podem nos trazer uma lição valiosa. 

Quando nos permitimos ser vulneráveis e falhar, podemos aprender e nos tornar mulheres cada vez mais fortes e resilientes.

E o mais importante: você não está sozinha nessa jornada. Digo isso porque sei que muitas vezes nos sentimos sobrecarregadas, exaustas e sem tempo para nada.  

Mas existem muitas mulheres incríveis, como as que fazem parte da comunidade do Minas de Propósito, que estão trilhando o mesmo caminho e que podem ser uma rede de apoio inspiracional para te lembrar que é possível, sim, empreender com calma, autenticidade, tranquilidade e amor.

Não é preciso sacrificar saúde mental e qualidade de vida em nome do sucesso profissional. Muito pelo contrário. 

O que é necessário é se concentrar na própria jornada e no que nos torna verdadeiramente felizes e realizadas. 

Afinal, o que realmente conta lá no fim é olhar para trás e se orgulhar de cada pequeno passo dessa bela trajetória chamada vida.

E você, Mina, o que você acha sobre isso?

Com carinho,

Carol Portiolli

Mais dicas para te inspirar


Leitura: A ridícula ideia de nunca mais te ver, da Rosa Montero.

O livro faz um ótimo paralelo com o texto desta News. Rosa Montero constrói uma narrativa envolvente sobre o luto (nas entrelinhas) e a vida da tão inspiradora física e química Marie Curie, mostrando as belezas e os desafios dos encontros únicos que temos ao longo da vida.

Podcast: Bom dia, Obvious – episódio 187: Se eu desacelerar, vou ficar para trás?

Em meio ao imediatismo e à necessidade de encarar a vida como uma corrida, o nosso corpo pede que a gente desacelere. Mas e o medo de fazer isso? Como lidar com o sentimento de ficar para trás e não conseguir alcançar os resultados das outras pessoas?
É isso que este episódio do Bom dia, Obvious aborda.

Podcast:
Para dar nome às coisas – episódio 143 da temporada 4: A vida acontece no intervalo

Sou suspeita de falar, pois amo todos os episódios do podcast Para dar nome às coisas! Mas nesse, em especial, Natália Sousa traz uma reflexão linda sobre as experiências que vão acontecendo ao longo do percurso dos anos.

É a vida acontecendo em sua plenitude – e para enxergar esses encontros lindos, é preciso desacelerar e aproveitar a jornada.

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