por Carol Portiolli | Escritora da News do Minas de Propósito
É provável que você tenha se deparado com diversas publicações românticas e dedicatórias bonitas aos parceiros e parceiras das pessoas que acompanha nas redes sociais.
No entanto, neste texto, eu gostaria de abordar um amor diferente, mais bonito e empoderador: o amor-próprio, que é tão essencial para a nossa jornada pessoal, mas também desafiador de nutrir diariamente.
Tenho refletido sobre o amor que sentimos pelas outras pessoas e por nós mesmas desde que terminei a leitura do livro “A gente mira no amor e acerta na solidão”, da psicanalista Ana Suy.
Aliás, recomendo fortemente a leitura, pois é um livro maravilhoso!
E gostaria de compartilhar uma passagem que me marcou bastante: “Penso que estar sozinho não necessariamente é um sofrimento, mas, para além disso, é um grande alívio, um belo convite ao exercício do amor, essa experiência tão interessante que cada um vive sozinho junto a alguns outros ao longo da nossa passagem pelo mundo”.
Resumidamente, Ana Suy faz uma reflexão bela e profunda, embasada em Freud e Lacan, sobre amor, solidão e como lidamos com esses sentimentos ao longo da vida.
Mas por que decidi trazer esse assunto neste espaço do Minas de Propósito?
Bem, por um simples motivo: as mulheres crescem acreditando na ideia de que devem amar incondicionalmente e se dedicar incansavelmente aos desejos das outras pessoas – até mesmo se diminuindo para caber no mundo e no sonho de alguém.
Sei que é difícil refletir e falar sobre isso, pois estamos sempre no piloto automático – e a desconstrução é diária.
Afinal, a gente se acostuma tanto a amar e a desejar os sonhos dos outros que acaba esquecendo do amor mais importante de todos: o amor por nós mesmas.
E hoje, no clube das pessoas 30+, acredito que amar a si mesma é um ato revolucionário! ❤
É sobre olhar no espelho e se apaixonar pela pessoa incrível que somos. É um compromisso diário de nos colocarmos em primeiro lugar, valorizar nossas necessidades e desejos, respeitar a nós mesmas e aceitar nossas falhas e virtudes.
O problema é que, muitas vezes, colocamos o amor-próprio em segundo plano, buscando a aprovação e a validação de outras pessoas.
Mas a verdade é que só podemos amar e ser amadas quando cultivamos o amor-próprio em nosso coração.
Aliás, Ana Suy diz exatamente isso: “é preciso que nos sintamos a sós com a gente mesmo para nos dirigirmos ao outro e amá-lo”. Ela complementa dizendo que, mesmo em uma relação a dois, a solidão não desaparece.
Quando falo de solidão, não me refiro ao estereótipo de uma pessoa triste, ouvindo músicas melancólicas e comendo chocolate em um sábado à noite.
Muito pelo contrário: me refiro à solidão que é a força que impulsiona nossas vidas. É ela que nos ajuda a entender quem somos, o que gostamos de fazer e quais são os nossos sonhos, assim como nossas falhas.
Pode até parecer um pouco clichê, não é mesmo? Mas o segredo para uma vida feliz é o amor-próprio!
E ele faz parte de uma jornada diária de autoconhecimento, processo terapêutico, autocuidado, descanso, celebração de conquistas, limites (aprender a dizer não é fundamental!) e autocompaixão.
Acredito até mesmo que o amor-próprio nos faz transbordar! A partir dele somos capazes de construir relacionamentos mais saudáveis e de escolher caminhos pessoais e profissionais mais autênticos.
É o amor-próprio que nos empodera a buscar nossos sonhos, a perseguir nossas paixões e a criar a vida que realmente desejamos como mulheres, empreendedoras e tantas outras coisas que nos definem diariamente.
Por isso, hoje, quero fazer um brinde a você, Mina: celebre-se, cuide-se e ame-se todos os dias.
Não esqueça que você é a pessoa mais importante da sua vida – e seu amor por si mesma é a força que move e transforma todos os outros amores que você escolhe viver!
Com carinho,
Carol Portiolli
Mais dicas para te inspirar
Leitura: A gente mira no amor e acerta na solidão, Ana Suy. Editora Paidós.
Este foi o livro que inspirou o texto desta newsletter – e acredito que pode ser uma leitura transformadora para você!
Confira a sinopse: “Escrito a partir de diálogos, A gente mira no amor e acerta na solidão, surgiu de experiências vividas pela autora em salas de aula, em sessões de análise (enquanto analisante ou analista), com amigos, em leituras de pesquisas teóricas. Neste livro, a psicanalista e professora Ana Suy quer, acima de tudo, continuar essa conversa contigo, leitor, sem a pretensão, no entanto, de ser um manual ou um tratado acadêmico sobre o tema.
Puxe uma cadeira, fique bem confortável para um bate-papo sobre o amor, “essa experiência tão interessante que cada um vive sozinho junto com alguns outros ao longo da nossa passagem pelo mundo”.